quarta-feira, 11 de maio de 2011

Avenida à Noite


frenético movimento de pessoas
que gozam abundâncias de massas
postas em mesas ricas e fartas

restaurantes, bares,
lanchonetes, boates

o casal de mãos dadas sai do carro
o moleque adolescente aproxima-se
balbucia uma palavra inaudível
o olhar repleto de sentido

o menino olha para o casal
o casal olha para o menino

nada na mão
nada na boca
apenas saliva
ausência de vida

(mas o menino continua tentando...)

Autor: Lauro Sérgio Machado Pereira

3 comentários:

  1. Professor, além de bonito, seu poema traz o que acredito ser a sua verdadeira intenção: mostra o abandono, a fome, o egoísmo e a indiferença das pessoas frente ao caos apresentado... parabéns!

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  2. Prezada Elza,
    Obrigado pelo elogio ao poema. Tenha certeza de que ele realmente foi feito a partir de algumas observações que sempre faço quando saio nos sábados à noite em Montes Claros. Não consigo ser insersível ao que vejo e acabo transformando isso em arte. Abraço!

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  3. Interessante. Um relato da situação do país hoje. Falta a compaixão que já existiu no homem, talvez as circunstâncias tenha feito essa compaixão se trancafiar nos corações, infelizmente.

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