quinta-feira, 24 de março de 2011

Cinema é Vida: Uma crônica de parte da minha vida

           
             Ontem eu acordei com uma imensa vontade de trabalhar com alegria. Saí de casa pensando que fosse sexta-feira enquanto a quinta acabara de começar. No ônibus lembrei-me que era o aniversário de uma colega do trabalho (mas não era). Até pensei que talvez uma comemoração surpresa tivesse sido organizada e eu me esquecido de comparar alguma coisa. Pura confusão de uma mente que ultimamente tem andado abarrotada de ideias e compromissos. São tantas coisas para pensar, organizar, fazer... Ufa!!! Preciso respirar! É aí que embora seja de manhã, penso involuntariamente em uma bela taça de vinho tinto para liberar os meus sentidos e me conduzir a um elevado estado de relaxamento.
             É engraçado que muitas coisas têm me deixado mais feliz ultimamente. Não sei se é porque estou numa ótima sintonia comigo mesmo e com os outros, mas o certo é que não tem havido espaço para pensamentos negativos. Entretanto, ainda penso em outrora quando solitariamente devorava alguns romances que até certo ponto serviam para preencher o vazio que habitava minha alma. Hoje eu vejo a vida mais bela e clara. Sei que nela não há lógica nenhuma como certamente muitos filósofos já o disseram. Viver é impreterivelmente incerto.
             A incerteza da vida sempre me conduz à apreciação de coisas realmente significativas e duradouras como a arte de um modo geral. Nem precisa dizer que no meu caso a que mais toca a minha sensibilidade é o cinema. Essa arte que na contemporaneidade exerce forte influência sobre os povos do mundo tem me acompanhado e me dado lições desde quando eu ainda era criança. Lembro-me que mamãe não gostava que eu assistisse a filmes porque segundo ela (naquela época uma evangélica ferrenha), aquilo era coisa do diabo e certeamente me influenciaria a cometer atos pecaminosos. O mais interessante é que todos os seus esforços para me desviar do mundo da sétima arte de nada valeram. Eu sempre dava um jeito de acompanhar as notícias cinematográficas por meio de revistas em bibliotecas públicas ou compradas em bancas de jornal. Eu me sentia um verdadeiro Totó, aquele personagem do encantador filme italiano "Cinema Paradiso".
             Nos anos finais de 1990 a internet não era algo tão popular e acessível como hoje. Lembro-me que na época do Oscar, tendo minha mãe já vendido a única TV que possuíamos, tive que ir à casa de um amigo assistir à edição do Oscar de 1998 quando o blockbuster "Titanic" encantou plateias do mundo todo de modo que muita gente fazia questão de ver o filme cinco, dez vezes.
             Na escola onde eu estudava a 8ª série, as meninas deciam as escadas de braços abertos e cantando a canção tema do filme "My Heart Will Go On". Elas certamente sentiam-se como a verdadeira aristocrata Rose De Witt Bukatter que sofria com um amor impossível. Há algo mais romântico do que isso?No ano seguinte, 1999, o filme "Shakespeare Apaixonado" fez com que conhecêssemos melhor a vida de William Shakespeare e nos apaixonássemos pelas suas aventuras amorosas embora soubéssemos que muita coisa contada no filme era pura ficção. Imagina que delícia Shakespeare se comportando como Romeu?
             Hoje eu sou uma pessoa feliz porque o cinema e a literatura mostraram-me que é possível transformar a realidade por mais adversa que ela seja. Afinal, como disse em um poema de minha autoria, "o cinema liberta a alma calma do menino...". A arte convida à reflexão, à saída de um mundo passivo para um outro onde é possível pensar e falar. Hoje o que me faz feliz é ver e ouvir o saudoso ator australiano Heath Ledger cantar "I Love You Baby" como uma tradicional declaração de amor no filme "Dez Coisas que eu Odeio em Você". O cinema me encanta a cada dia que vivo e sei que não somente ele, mas também a literatura me seguirá até a hora da minha morte. Amém!!!


Um comentário:

  1. Acho "Dez Coisas que eu Odeio em Você" um filme para mulherzinhas assim como "Comer, rezar amar", porém adoro a falta de pretensão do diretor ao dirigir um filme sem grandes arroubos. Já o vi 3 vezes e sempre me divirto muito vendo o Ledger cantar "I Love You Baby". É lindo, é engraçado, é apaixonante.

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