terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

“Além da Vida”, novo filme de Clint Eastwood, deixou a desejar.

Depois de chegar de uma longa viagem no fim de semana resolvi conferir nos sites dos cinemas de Montes Claros os filmes em cartaz. Fiquei extasiado quando percebi que o tão esperado novo filme do excelente diretor americano Clint Eastwood tinha entrado em cartaz. "Além da Vida - (Hereafter - 2010)" tinha me deixado curioso após ter assistido o seu trailler há algumas semanas. Não pude segurar a vontade de ir logo conferir o filme que traz no elenco o fantástico ator Matt Damon que já havia trabalhado com o diretor em seu último filme “Invictus”.
Cheguei ao cinema praticamente na hora do início da sessão, mas ainda havia uma fila enorme a ser enfrentada. Ingresso na mão, adentrei o interior da sala e sentei-me. O filme, a propósito, já tinha começado e a primeira cena que vi foi uma mulher quase se afogando na turbulência das águas provocada por um tsunami. Logo comecei a compreender o filme.
De acordo com a sinopse disponível em http://www.adorocinema.com.br/ o filme conta a história de três pessoas que são tocadas pela morte de maneiras diferentes. George (Matt Damon) é um americano que desde pequeno consegue manter contato com a vida fora da matéria, mas considera o seu dom uma maldição e tenta levar uma vida normal. Marie (Cécile De France) é jornalista, francesa, e passou por uma experiência de quase morte durante um tsunami. Em Londres, o menino Marcus (Frankie McLaren/George McLaren) perde alguém muito ligado a ele e parte em busca desesperada por respostas. Enquanto cada um segue sua vida, o caminho deles irá se cruzar, podendo mudar para sempre as suas crenças.
Matt Damon revela seu segredo.
               Lendo o enredo, percebe-se que a proposta de argumento com certeza deveria render um excelente filme. Entretanto, deixou-se a desejar em muitos aspectos, uma vez que o filme tem a produção e a direção assinadas pelo premiadíssimo Clint Eastwood que já dirigiu o faroeste “Os Indomáveis” e o drama “Menina de Ouro” os quais lhe deram os Oscar de Melhor Filme e Direção. Lanço essa crítica ao filme baseando-me na minha assistência a ele. Quando se trata de filme, tenho bem claro algo que já li ou ouvi muitos críticos especializados dizerem: “Um bom filme deve cativar o espectador durante os dez primeiros minutos”. Se isso não acontece, certamente a catarse será alguns bocejos e uma consequente boa cochilada na poltrona e não os esperados risos ou choros provocados por um bom filme. Comigo a coisa acontece desta forma. No caso de “Além da Vida”, pouquíssimas vezes me senti muito emocionado e compelido a chorar como aconteceu na minha assistência de “Menina de Ouro” e “A Troca”. Experiências pessoais à parte, não posso deixar de escrever que Clint tratou do tema "morte" sem ser pretensioso e lançar questionamentos ligados à religião ao longo do filme.

George (Matt Damon) lê livro da jornalista Marie (Cécile De France).
               Acredito que o grande problema do filme esteja no roteiro que poderia ter sido escrito com cenas e sequências mais ritmadas. Na verdade, o filme teve tudo, desde a fotografia, os efeitos especiais, os atores, a direção e a produção muito bem definidos. Porém, o roteiro, que não foi assinado por Clint Eastwood, pecou e muito. O responsável pelo roteiro quis reproduzir a desgastada proposta de três histórias fragmentadas que se entrelaçam no final da narrativa, mas não obteve êxito. Há quem diga que o filme é muito bom e merece ser conferido e que o Clint atingiu seus objetivos ao tratar do tema sobrenatural. Entretanto, caso o prezado leitor queira se arriscar na assistência de “Além da Vida” é aconselhável comprar um pacote grande de pipoca para que você não corra o risco de tirar um breve cochilo em meio à sessão como eu fiz no fim de semana. No mais, assista o filme e registre aqui suas críticas. O trailler segue abaixo.


Um comentário:

  1. Acho que não há muito mais o que dizer em realação a "Além da Vida" Lauro. Concordo con vc em gênero número e grau.Um filme desestimulante que fez com que eu me obrigasse a ficar sentado na poltrona pra não ficar com peso na consciência de ter saído no meio da sessão.

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