terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei: um ensaio sobre a gagueira

Colin Firth fala ao povo em "O Discurso do Rei" (2010)
             
              "O Discurso do Rei",  filme com o maior número de indicações para o Oscar deste ano (12 no total incluindo Melhor Filme e Diretor), surpreende pelo primor da direção de Tom Hooper, o rigor dos cenários e do figurino e pela alegria da trilha sonora composta por Alexander Desplat que em certos momentos até confere às cenas, um tom de comédia e "quebra" um pouco aquela atmosfera de melancolia geralmente presente nos filmes de drama. A sensação para quem asssite ao filme é que tudo está em seu devido lugar. Desse modo, o resultado não poderia ser diferente em relação ao reconhecimento que o filme vem tendo pela crítica especializada e pelo júri de festivais em todo o mundo. Embora ele tenha como seu maior concorrente o bobinho "A Rede Social" que levou o Globo de Ouro nas principais categorias, é importante salientar que "O Discurso do Rei" levou o prêmio de Melhor Direção do Sindicato dos Diretores dos Estados Unidos (DGA). De acordo com o jornal Folha de São Paulo on-line, apenas seis vezes em 62 anos o vencedor do prêmio do DGA não levou o Oscar de Melhor Diretor. A última vez ocorreu em 2003, quando Rob Marshall conquistou o prêmio do sindicato por "Chicago", mas caiu diante de Roman Polanski, que dirigiu "O Pianista", no Oscar. Portanto, vamos convir que "O Discurso do Rei" tem exelentes chances e motivos plausíveis para desbancar seu maior concorrente que é "A Rede Social".
              O filme pode ser classificado como um verdadeiro ensaio sobre a problemática da gagueira e todas as implicações negativas no sujeito que a desenvolve. Conta a história do rei George 6º, pai da atual rainha da Inglaterra, Elizabeth 2ª, que precisa superar a gagueira devido à obrigação de assumir o trono após a morte do seu pai e a renúncia de seu irmão mais velho que levava uma vida desregrada que poderia comprometer a reputação da família real caso continuasse no trono. Desse modo, ao assumir o trono, ele se vê diante da necessidade obrigatória de discursar publicamente. Mas como falar, se ele ficava tão nervoso, começava a gaguejar e em seguida praticamente emudecia? Para resolver tal problema, sua esposa, muito bem representada pela excelente atriz Helena Bonham Carter, procura e contrata os serviços de um terapeuta vocal ou fonoaudiólogo pouco ortodoxo (Geoffrey Rush) para ajudar o rei nessa empreitada. Mal sabiam eles que o terapeuta vocal tinha um segredo que só é revelado mais tarde. O certo é que depois disso, resultados muito positivos começam a aparecer na fala do rei. "O Discurso do Rei" é com certeza um filme sobre a importância em se superar os problemas e as adversidades da vida que muitas vezes teimam em impedir as pessoas de serem bem sucedidas naquilo em que almejam. É um filme tocante, alegre e envolvente que vale a pena conferir.
              O elenco do filme é composto pelos ingleses Colin Firth no papel do rei George 6º e Helena Bonham Carter no papel de sua esposa e pelo austríaco Geoffrey Rush que representa o terapeuta vocal. O trabalho que o diretor fez com os atores é tão impressionante que eles estão afinadíssimos no filme. Não é à toa que os três concorrem ao Oscar 2011 pelas atuações. Colin Firth como ator principal, Geoffrey Rush como ator coadjuvante para e Helena Bonham Carter como atriz coadjuvante. Todos os atores tem ótimas chances de levar o prêmio, mas o que está praticamente garantido é o de Colin Firth. Vamos aguardar a premiação no próximo dia 27 deste mês.
              Abaixo segue, como de costume, o trailer do filme "O Discurso do Rei". Assistam ao filme e dêem suas opiniões.



Nenhum comentário:

Postar um comentário